INERTE ESTÁTUA


 

As vestes impiedosamente rasgadas
de quimeras sobrevivia a inerte estátua
envolta por fumaça e cinzas tragadas
a corrente de grossos elos que a feria era tua
 
Rompendo caminhos e engolindo espinhos
tornou-se fera durante a madrugada maldita
abdicou de sussurros e carinhos
vestida de escarlate, saboreou a bebida bendita
 
Buscou sem achar sua relíquia escondida
tresloucada em convulsões decidiu sobreviver
sepultou no silêncio a lágrima contida
 
Expurgou fantasmas e os espectros do mal
quedou-se diante do vazio completo
gritou ao mundo o ser puramente emocional