Post Mortem

Quando eu morrer atirem a carcaça

aos cães, chacais em cólera, às hienas,

tal qualquer vida apenas que se passa,

igual a outras tidas por pequenas.

Não gastem uma vela nem se faça

pedido de lembrança nas novenas,

deixem que minha podre carapaça

seja esquecida aos vermes e às penas.

Não tenham, pois eu não tenho ilusão,

sobre o fim de meu espírito também.

Do que fui, posto em conta cada ação,

o mal que desejei, do pouco bem

cultivado por mim sem esperança,

sei bem qual lado pende essa balança.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 20/07/2017
Reeditado em 01/03/2019
Código do texto: T6060305
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