SERENATA

Lembrando fico, às vezes, do passado,

De coisas que se não cogitam mais,

De coisas boas, que esse tempo, alado,

Levou pra longe e nem deixou sinais.

Isso é saudade? – Sim, não é pecado,

São lembranças que saltam dos anais

De minha história, quando fui moldado,

Lembranças de meu tempo de rapaz.

Ouviam-se cantar canções nas praças,

Violões choravam de paixão nas ruas,

E moças suspiravam nas vidraças.

E a lua muito linda, cor de prata,

Molhava de sereno as cordas nuas

De um violão choroso em serenata.

Pitanga, 19/02/2015

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 25/08/2017
Código do texto: T6094860
Classificação de conteúdo: seguro