AMARGURA

Vou tentar um soneto, um breve poema,

Que fale mais um pouco de amargura,

Tristeza, depressão, dorido tema,

Só superado pela sepultura.

Dessa dor que vai n’alma, a dor extrema,

Essa tristeza cruel, que (como dura!)

Parece não ter fim, sem que se gema,

Como se colocada na moldura.

O mundo se acabou, quem sofre assim,

A morte às vezes é melhor até,

E o depressivo escolhe dar-se um fim.

Morta a esperança, ninguém fica em pé.

Mas Jesus pode entrar nesse ínterim,

E dar-lhe um norte e lhe inundar de fé.

Pitanga, 20/12/2016

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 26/08/2017
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