Alma na Lama

Dedicado ao Grande Mestre

"Poeta Carioca". O rei dos Sonetos

Hediondos.

Granulado de um pedaço de terra

Parda, achei-me com cara encharcada;

Olho, não vejo luz... não vejo nada!

E sinto um frio!... Alguém me enterra?!

E a alma, agora, coberta pela lama,

Sucumbida na terra... maltratada,

Naufrágio em pó, só, de longa jornada

E soa a liturgia do meu drama!

Na frialdade do solo sou tal isca,

Ré da sentença incólume da faísca

E vítima infeliz e perturbada,

Entre dores e emoções conturbadas,

No brotar da latência endurecida,

Entregue fui à terra já sem vida!

Cláudio Francisco
Enviado por Cláudio Francisco em 28/08/2017
Reeditado em 28/08/2017
Código do texto: T6097010
Classificação de conteúdo: seguro