Alma na Lama
Dedicado ao Grande Mestre
"Poeta Carioca". O rei dos Sonetos
Hediondos.
Granulado de um pedaço de terra
Parda, achei-me com cara encharcada;
Olho, não vejo luz... não vejo nada!
E sinto um frio!... Alguém me enterra?!
E a alma, agora, coberta pela lama,
Sucumbida na terra... maltratada,
Naufrágio em pó, só, de longa jornada
E soa a liturgia do meu drama!
Na frialdade do solo sou tal isca,
Ré da sentença incólume da faísca
E vítima infeliz e perturbada,
Entre dores e emoções conturbadas,
No brotar da latência endurecida,
Entregue fui à terra já sem vida!