Pesadelo
Vivo em dor, num pavoroso pesadelo,
Tão grande que engole meus sonhos,
E no calvário deste mundo tristonho,
Minh'alma endurece num copo de gelo.
Os dias acontecem... o pesadelo cresce,
Sinto-me preso nesse martírio sombrio,
Decido fingir de morto! Oh, sinto o frio,
Nos olhos! O drama vivo permanece!
Um pesadelo doloso causa arrepio!
Como um castigo no reino da fantasia,
Onde a pólvora explode a harmonia!
No universo obscuro, sopro... assobio!
Confundo a investida do monstro oculto,
Agora, assombra a sombra do meu vulto.
Belíssima interação da amiga poetisa Ania. Que prazer, poetisa.
Hoje só cinzas...
Não há mais luz, só trevas me rodeiam,
trevas e frio que congela o peito,
sozinha, enrodilhada em meu leito,
a tristeza e a saudade golpeiam...
Lembranças do passado desnorteiam
de um amor tão lindo, tão perfeito,
hoje só cinzas, não tem mais jeito,
lágrimas caem, pela face passeiam...
Cresce a dor, o grito na garganta
fica preso, em silêncio torturando
e a tua imagem na mente se agiganta...
Pobre coração, a angústia ataranta,
amanhece o dia, o sol vem raiando,
a vida segue, mas a dor não suplanta...