MANHÃS
Vaguei por horas aflitas na noite insone
puindo alma em passagem silenciosa,
no corpo roto-morto, a solidão consome
sugando da tez, toda energia viçosa!
Acordei com uma esperança não prescrita
na nudez do olhar disperso, sempre cansado...
Lá fora a vida aflora, dança e grita
aqui, amor em tempo cativo do passado.
No fluxo-refluxo dos meus inquietos afãs
aportam soluços-sentimentos na saudade
apartando auroras polidas de amanhãs.
Enfim, no refúgio do beijo das noites sãs,
trago o gosto salgado da realidade
nas castas mentiras sinceras, das suas manhãs!
06/08/2007