OFÍCIO SEM FIM

Mostra-me, por favor, senhor coveiro,

onde enterrastes minha terna amada,

no arranjo deste duro cativeiro,

a jovem face em féretro guardada.

São tantos que eu desci ao derradeiro

leito, não posso dar a coordenada

exata, mas te permito ao inteiro

destas campas fazer sua caçada.

Agradeço, isso é tudo o que me resta

na saudade que tanto me molesta.

Em todas essas covas contém nome?

- Na verdade não, mas para que pressa?

Seu ofício é de amar - não se consome -

tal qual o do coveiro, nunca cessa "

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 01/10/2017
Reeditado em 10/02/2019
Código do texto: T6129959
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