SONETO XVIII

Se eu pudesse ter asas e voasse

E o meu peito lançasse contra o vento,

Talvez a força do vento arrancasse

Do meu peito a raiz desse tormento.

Ou então, o rasgasse e o abrisse

Sob a força de uma queda d’água,

Quem sabe a força da água o lavasse

E livrasse o meu peito dessa magoa.

O infinito se abre no meu peito

E com essa fenda aberta estou sujeito

A desfazer-me em minha pequenez.

No entanto, se pela fenda aberta

For por onde o amor infindo se liberta,

Então que se arrebente de uma vez!

Farias Gomes
Enviado por Farias Gomes em 02/10/2017
Reeditado em 02/10/2017
Código do texto: T6131353
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