POEIRA DO TEMPO
Mauro Magalhães
 
Hoje a minha face já se enrugou de vez,
Guardando em cada dobra um pouco de história,
Saudade, amor e dor, expulsos da memória.
E até, quem sabe, o gosto de um prazer, talvez.


Tal qual um capitão de barco no convés,
Olhando o horizonte a emergir do mar,
Espero que tu surjas em algum lugar...
Uma esperança vã, pois não sei mais como és.

Imagem soterrada pelo pó do tempo.
O som da tua voz levado pelo vento.
Perfumes teus que foram...Só ficou saudade!

O tempo não inventa! Hoje eu sei que o dia
Em que ficaste aos prantos enquanto eu partia,
Foi para mim o início da infelicidade.
Patos, 13/05/2003.

Insp: Lalá

MAURO PEREIRA
Enviado por MAURO PEREIRA em 03/10/2017
Reeditado em 12/10/2021
Código do texto: T6131536
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