Soneto da Descrença

Tomou-me tudo a humanidade

A crença, a vontade, o desejo

Levou-me da vista a verdade

Roubou-me, inclusive, o que almejo

Se em nada posso acreditar

Será farsa aquilo que digo?

Há alguém com quem posso contar

Se até eu tampouco estou comigo?

Restaram-me apenas os versos

Palavras também infiéis

Na constância, são diversos

Camaleões, brincam de ser

Vestem máscaras, são cruéis

Tão impossíveis de se crer

Vitor do Carmo Martins
Enviado por Vitor do Carmo Martins em 24/10/2017
Reeditado em 24/10/2017
Código do texto: T6151601
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