Aquele soneto

Meus olhos triste quando te viram

Fincaram. Selvagens na presa feito fera

Brilharam mais que as estrelas, sem atmosfera

E te almejaram, indo a teus pés partiram.

Eu sempre tive um olhar vazio

Pois nunca consegui encontrar

Algo que os fizessem transbordar...

E te vê o sangraram feito rio.

Via o mundo com tristeza e agonia

Porém te ver foi como o surgir da teogonia

Me puxou da inescapável e vazia escuridão.

E o tempo parou naquele momento

Em que te vi numa rua cheia de movimento.

E perante, calou-se o universo e sua multidão.