POMBA DOURADA

Eu vi aquela pomba tão brilhante -

Achei que fosse só de minha mente -

"Não pode ser", pensei, mas num instante

Um homem disse assim "olhe lá gente!..."

À sombra d'um ciprestre refrescante

Naquele banco branco - alvinetente -,

Tinha uma flor no bico interessante

Não sei por quê fiquei muito contente.

Era brilhante pois era dourada

E viajara toda madrugada

Por trevas, mares, névoas desde então...

E perguntei seu nome - "Sou o Amor.

Eu venho da esperança; e, esta flor

Que trago-lhe da amada - é o coração..."

23/05/2000

Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 23/08/2007
Reeditado em 23/08/2007
Código do texto: T620278
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