INÉRCIA

As horas vão formando o monumento

que lentamente aos olhos envelhece.

Os dias se repetem, movimento,

vão seguindo - um cortejo mais parece.

O tempo, antropofágico, sedento

por sonhos e ilusões desaparece.

Sem percebermos leva num momento

quem fomos e o que somos desfalece.

Os olhos vão cegando em meio ao nada...

denso vazio perfeito que comporta

alma finita em carne amortalhada,

Dessa presença inerme inanimada,

move apenas miragem absorta...

uma sombra do corpo desmembrada.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 19/12/2017
Reeditado em 05/07/2019
Código do texto: T6203021
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