Algum soneto

Os quadros opacos pela minha dor

Refletem a imagem brutal da ferida

Nos meus olhos em fogo quanto horror!

Que pode da boca uma palavra proferida?

O sonho é meu descanso de amor.

Deito-me em cama de lembrança sentida;

Mas acordo doentio pelo triste clamor

Da minha alma ainda correndo perdida.

Meus dedos se estender em clemência.

Vem alma, deitar-te em meu corpo,

Antes das grades fechadas da demência!

E vem o frio, como suspiro cortante,

Ferir o meu pálido retrato torto,

Já sem forma, boiando em fios de sangue.

Tom Lazarus
Enviado por Tom Lazarus em 23/08/2007
Código do texto: T620691
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