SONETO DA SOLIDÃO

Início do suor noturno,
Luzes alimentam a cidade,
A solidão é um coturno,
Chuta a minha realidade.

Vidas se atropelam no passeio,
Diversidades de sons ocupam o espaço,
Eu; sem inicio, sem fim, sem meio,
De mim, não sei o que faço.

Desfaço-me em agonia,
Sinto-me um girassol sem sol,
Um poeta sem a poesia.

Socorro...! É o que eu quero gritar,
Não grito; ao invés da voz,
A lágrima se põe a rolar.