À NOITE

À NOITE

Escureceu e apenas vagalumes

Luzindo aqui e ali pelo caminho...

Nos longes, relampeava bem clarinho

Instantâneos de serras e seus cumes.

Em concerto ritmado nos friúmes

Solfejos que nas sombras adivinho:

Dois sapos coachando e um passarinho

Responde assoberbado de ciúmes...

Nem lua nem estrelas vêm brilhar

Tão carregado o céu de nuvens grossas

Pouco antes d'um dilúvio desabar.

Libélulas chapinham pelas poças

E as corujas azulam do lugar

Co'a chuva que abençoa nossas roças.

Pará de Minas - 26 12 2017