O Velho, o Menino e o Mar (reedição)

Bengala em suas mãos, trôpegos pés,

contempla o marinheiro o mar distante.

Lembranças vêm e vão, como as marés,

embalando a memória nesse instante.

Na imensidão, o mar guarda segredos:

mistério e sobressaltos em seu seio...

E o velho na sacada lembra os mêdos

e enfrenta um maremoto, em devaneio.

Eis que vem de repente o pequenino!

Chega da Capital, alvissareiro,

fazendo o vovô tornar a si!

Conheço agora o mar! (Grita o menino).

Com bondoso sorriso o marinheiro,

diz ternamente: eu jamais conheci!

(Primeiro lugar no Concurso Literário Brasil Bitencourt 2008, Indaiatuba, SP).