TOURADAS

Mas se é o amor que me atiça a alma,

como os gravetos fazem na fogueira.

Por que retê-lo qual pérola à palma?

Se amar é infinita sexta-feira!

Dispenso o estetismo dos concretos!

Rejeito o ar blasé dos modernistas!

Paixão não edifica ângulos retos,

parnasianas curvas deixa à vista!

Não são demais os excessos ibéricos!

Navego pelo épico, pelo homérico!

Pecar por pouco é viver por nada!

Mas quando a pena seca ponho ao lado.

E a marcha toma conta do meu fado...

Toma-me, intrusa, a angústia das touradas.

*em inteiração a “Em nome do Parnasianismo” de Poeta Carioca.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 19/01/2018
Reeditado em 11/10/2019
Código do texto: T6230281
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