SONETO PARA CLEIDE
(Uma chave para o calabouço do Rei)
 

Quem chega em seu cavalo marrom portando flores?
Estrangeira em terras que piso, campos minados ...
De explosivos que se explodem nos estupores
De vãs cismas, tão precisas em versos rimados...

Chegue perto, estrangeira... Amarre seu cavalo...
Beba da água dos que matam sede de sobreviver
Há sombras e luzes das árvores de que te falo
Cujos frutos não matam a imensa fome de viver

Em teu reino, mora um Rei sem sonhos súditos,
Num reinado, onde, escravo de tensos súbitos,
Se prende ao medo sem ter santo que o aparte

Leva contigo esta chave, mas não se desaponte...
A tal calabouço de loucura... E depois me conte:
Se é a mesma chave que procuro em toda parte.