DESESPERO
Vivo desesperado, nada espero,
Sei que não há para mim mais esperança.
Assim chorando vivo como criança,
Se não posso querer-te, nada quero.
E é por isso que então me desespero,
Pois desespero é dor, que em mim avança.
Foram se os tempos bons e de bonança,
Felicidade amor restou-me zero.
Se hoje com esta dor não me acostumo,
Viver só de tristeza é meu destino
Em dor e solidão que me consumo.
Na vida que sem sabor, que sem tempero,
É vida que conduz-me ao desatino,
Acabrunhado nesse desespero.