Insaciável

Cantava nos pátios e nas casernas

No vento austral que apaga lanternas

Na ocasião do sonho execrável

Retorcia na cama músculo memorável.

No olho garço a sangrar nas cavernas

Na ruiva mancha das espectrais ternas

Da alma grave o som de um maleável

Da pugna ao sangramento execrável.

No rosto a chorar a morte da megera

Como numa fuga de terrível pantera

Lasso amor de mulher lívida e insaciável.

Aurora rele neste vestido que exagera

Na lenta mordida avança onde impera

Nos lábios esfregados na dor estável.

DR PAVLOV

Dr Pavlov
Enviado por Dr Pavlov em 29/08/2007
Reeditado em 10/10/2008
Código do texto: T628904
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