A DESPEDIDA

Olho e as lágrimas fazem-me te ver turva

E te vais no caminho sumindo na curva.

Não olhaste para ver que eu chorava

E a despedida, por pouco, não me matava.

Passei por este momento de cabeça erguida.

No meu peito inda me dói cada ferida,

Que o teu desamor fez sem piedade

E seus dardos feriram-me naquela tarde.

Vê como ainda me encontro triste,

Mas o tempo é um amigo que consola

E me falou que o pretérito para isto existe.

Então se um dia, chorosa, me procurares,

Direi: Aquele amor, nos sapatos, pus por sola,

Enjoei deles e lancei-os no fundo dos mares!