A DOR DO POETA

Eu sou como pássaro calado

Em um galho seco de roseira morta.

Sou como, sem sentido, verso falado

De uma poesia reles e torta.

Sou como soneto incompleto,

Sou como palavras escritas e soltas

Que soam em vozes feias e roucas

Em um teatro velho e sem teto.

Sou como palhaço sem graça

De um circo que em fogo arde.

Sou como puro vinho sem taça...

Sou um poeta sem alegria,

Sofrendo em uma linda tarde,

Por lhe faltar versos e poesia...