DUAS ALMAS

Ó tu, que vens de longe... Oh, tu que vens cansada,

entra, sob este teto encontrarás abrigo.

Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho

vives sozinha sempre, e nunca foste amada!

A neve anda a branquear lividamente a estrada.

E a minha alcova tem a tepidez de um ninho.

Entra. Aos menos até que as curvas do caminho

se banhem no esplendor nascente da alvorada...

E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,

essa estrada sem fim, deserta imensa e nua,

podes partir de novo, ó nômade formosa.

Já não serei tão só, nem serás tão sozinha!

Há de ficar comigo uma saudade tua...

Hás de levar contigo uma saudade minha!...

Autor: ALCEU WAMOSY

ALCEU WAMOSY
Enviado por Zilmar Pires em 27/03/2018
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