DOIS EFEBOS

Nus, têm pele de mármore polido

E cabelos em cachos sobre os ombros.

Por entre colunas jônicas, escombros

Do templo de Apolo, o esclarecido.

Eternamente púberes, ao Olvido

Ignoram em seus amores sem assombos.

Enquanto sob as árvores, ressombros

Filtram os raios d'um sol enternecido.

Um ao outro toca as faces: Abraçados...

Como se a vislumbrar d'olhos fechados

A expressão de gozo em seu amante.

Dois efebos sorrindo frente a frente

Onde lograsse a pedra simplesmente

Reter-lhes a beleza d'esse instante.

Betim - 29 03 2018