O Corvo

Ave que voa ao léu a própria sorte

Perdido em um nevoeiro da descrença

Acostumado as negras recompensas

Privado de água benta que o conforte

E voa pelo mundo sem um norte

Tal alma oca, em fria indiferença

Asas de um corvo, infausto de nascença

Em solidão e cercado pela morte

Ave de agouro triste e indesejada

Das crenças e do mundo amortalhada

Alçando voo em meio a fumaça

Voam as outras aves em verde horta

Mas este corvo habita em árvores mortas

E remoí por dentro uma dor que nunca passa

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 10/04/2018
Reeditado em 10/04/2018
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