E EU DA JANELA

Desponta o sol detrás do monte

E passarada desperta a cantar

E eu da janela bebo desta fonte

Que toda manhã vem me saciar

As flores molhadas do orvalho

A relva espalha seu verdume

O vento encurva o pé de carvalho

E tudo se farta do sol - o lume

A cachoeira, contente, a voz solta.

Todas as cantigas pelos campos voam

E nos vales em belos acordes ecoam

O céu, sorrindo, admirado se volta.

As nuvens mais parecem algodão

E eu da janela vivendo esta emoção.