MALEDICÊNCIA

Folgo em saber-te feliz!

Mas que, afinal, é o amor?

Breve perfume ao nariz?

Arranjo de morta flor?

Saúdo vê-lo tão jovem!

Mas que vale a carne firme?

Se reto os anos nos movem

ao fim, nem sempre sublime.

Festejo a tua fortuna!

Mas que não seja má aluna

da ética, que o ouro espalma.

Para mim, basta a inveja.

Que no meu peito, troveja

sem dó, retalhando-me a alma.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 27/04/2018
Código do texto: T6320306
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.