CRÔNICA AMOROSA COTIDIANA

E naquela manhã, o amor se fez ausente.

Na cama enorme não havia mais ninguém.

Recusou-se a chorar. A dor era presente.

Prostrada ao chão, o pensamento ia além.

Ele fora embora, mas ficara seu cheiro.

Lembrou-se, então, daquela tarde chuvosa

do verão carnavalesco de fevereiro.

Com o beijo, a vida ficou maravilhosa.

Entregara-se a um amor repentino,

Inexplicável, inesperado, corpo-a-corpo,

Sobretudo do mais completo desatino.

Mas como esquecer, se o desamor entristece

e a mágoa no peito doravante tece

o sentimento de profundo desconforto?

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LC PEREIRA
Enviado por LC PEREIRA em 29/04/2018
Código do texto: T6322314
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