Madrigal

Enfim, podia ver a musa eleita,

deitada em sesta longa e vagarosa,

onde dormia calma e tão formosa,

aos caprichos da brisa já afeita.

Súbito uma ave, ousada e bem suspeita,

de leve busca, volitando airosa,

revelar-lhe os dois seios cor-de-rosa...

Frutos deiscentes em sensual colheita.

Nos silêncios de plácido moital

contemplava à luz dum pálio que ria,

a criatura mais cândida e ideal...

Era um cenário que maravilhava:

quando a ave bicava ela resistia,

quando ela adormecia a ave tentava...

Reginaldo Costa de Albuquerque
Enviado por Reginaldo Costa de Albuquerque em 25/10/2005
Reeditado em 04/04/2010
Código do texto: T63363