Confiança
Confiança é um tiro no esquecimento
É uma selvagem pantera
É minha Narcisa adúltera
Flor do meu arrependimento.
A quem se dá, é quem lhe quebra
Mesmo de pernas mancas
Derrubam-te as ancas
Te trituram vértebra por vértebra.
Eu um dia confiei, hoje eu evito
Confio desconfiando, do que é me dito
Arrisco, somente quando não há risco.
E mesmo assim eu me arrependo
Não confiar em ninguém e aqui vivendo
É arrastar-se de joelhos num caminho arisco.