Silêncio
Toc, toc, toc, prega o prego o sapateiro,
Com cuidado arrumando o sapato,
Suas batidas são como um boato,
Espalhando-se pelo bairro inteiro.
Rak, rak, rak, serra o ferro o serralheiro,
Que produz barulho muito chato,
Mas não despreza seu desiderato,
E conseguindo ainda outro ferreiro.
Rock, rock, rock, canta o sapo ali no mangue,
Aborrece e não quer que eu me zangue,
Com a repetição do dialeto.
Dependo eu do silêncio no momento,
Para forjar na forja o pensamento,
Destes quatorze versos do soneto.
Aracaju-Sergipe, 15/ 05/ 2018
PS.: não percam na sequência, neste mesmo horário e batcanal, o soneto Arlequim