RENITÊNCIA

O coração surrado pelas dores

não ouve do juízo mais conselhos!

Indiferente aos meus olhos vermelhos,

imerge na ilusão, leva clamores.

Por que, meu coração, preferes relhos

a te rememorarem dissabores

do que caminhos virgens, outras cores,

imagens a sorrir em teus espelhos?

Melhor é te esqueceres dos afagos...

A teimosia, amigo, causa estragos,

o tempo não endossa tanta espera!

Tu me darás por certo algum alívio

se, coração, deixares o convívio

assolador com essa vã quimera...