GRITO

Quando a mágoa de noite te sufoca

que até perdes as contas da amargura,

o lamento se faz cruel clausura

e o choro, como água, desemboca...

Quando a queixa num grito, vem, provoca

o dulçor do teu ego de ternura,

dos anseios te esqueces e a loucura

no teu peito dorido se derroca...

Teu sorriso se faz pingos de pranto,

teu olhar se destila em desencanto,

mas eu ouço tua alma quando urra!

Os diplomas? Pra que erudição?

Sou sereno e já tenho um coração

para ouvir tua dor quando sussurra!