Decadismo

Não!... Sequer posso dizer eu que é dor

O que trago no peito. Incontinente...

Esse prazer de olhar pra toda a gente

E o desejo de não sentir calor!...

Até que um dia, assim, bem de repente

Letra por letra, sem tirar nem pôr

Meu tesão se misturou com amor

E de amor eu quis morrer, indecente!

Cheguei tarde, bem sei... Por poucos dias

Não perguntei o que de mim tu querias...

Fiquei a te contemplar e emudeci!

Tua beleza conjurou o meu pecado.

Para morrer de amor, enclausurado

Eu, perdidamente, de amor nasci!

Márcio Ribeiro
Enviado por Márcio Ribeiro em 04/09/2007
Código do texto: T638373