Reviro-me (soneto)

Reviro-me nesta cama vazia e sem aconchego.

Dentro da destemida noite, apenas sustentos

Compondo canções hilariantes e sem coesões

Enquanto os meus renovos, fitam tua imagem.

Sobre a cômoda empoeirada e impenetrável

Lembranças apagadas pelos reflexos do tempo.

Ainda assim: circunstancias dentro do teu vulto

Vazio, sem nada oferece ao meu coração frígido.

Em orbitas rodopiantes, fogem meus adágios

Sorrateiros, induzindo meus desejos extintos

E frios numa constante, incrível e desocupada.

Diante dos meus olhos vejo-te em meios

Aos fantasmas que assombram meus caminhos.

Que seguem num formal, nevoento e saudoso.