AH, MÃE PRETA!...

Porque choras, o que te oprimi mãe candura,

que sofrimento ao teu peito forte invade?

São tudo flores, já te sorri a liberdade,

findou a vida cativa de pranto e amargura.

Na tua agonia, quiçá a ventura

de mostrar-te na luz doutra realidade

sem o tinir de ferros, açoite e tempestade

dos mares da tua África de tez escura.

Sem preconceito de ascendência ou cor,

para outras galáxias iremos um dia;

somos iguais, gozamos da mesma alforria.

Inda ontem dormi no regaço do teu colo,

tua lágrima me entristece e agonia...

desculpa Mãe Preta, amo a tua etnia.

Soneto Alexandrino.

Lobato de Andrade Iran Lobato
Enviado por Lobato de Andrade Iran Lobato em 07/07/2018
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