AH, MÃE PRETA!...
Porque choras, o que te oprimi mãe candura,
que sofrimento ao teu peito forte invade?
São tudo flores, já te sorri a liberdade,
findou a vida cativa de pranto e amargura.
Na tua agonia, quiçá a ventura
de mostrar-te na luz doutra realidade
sem o tinir de ferros, açoite e tempestade
dos mares da tua África de tez escura.
Sem preconceito de ascendência ou cor,
para outras galáxias iremos um dia;
somos iguais, gozamos da mesma alforria.
Inda ontem dormi no regaço do teu colo,
tua lágrima me entristece e agonia...
desculpa Mãe Preta, amo a tua etnia.
Soneto Alexandrino.