A dama

De olhar terno e cansado sorria

E cada traço do seu rosto eram histórias,

Medalhas que coroavam as vitórias

Que, durante a vida, essa dama empreendia.

Dentro do peito o coração batia

Apertado, e as lembranças merencórias

Tornavam insossa, tão vãs todas as glórias

Pelas quais o homem infame combatia.

Num dia sua voz, que soou abafada

Qual flor que pelas mãos sufocada

Degenera, sofre, perde o seu olor,

Cantou, em lágrimas, qual pássaro cativo

Que escapando da gaiola sentia-se mais vivo,

Quando a morte, enfim, sanou-lhe o amargor.

Mortus Poems
Enviado por Mortus Poems em 13/07/2018
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