SOU ONDE NÃO SEI

De léguas me alimento, há anos e anos,

Porquanto corro; corro do tormento,

Fugidio, logrei melhor intento...

Que não de um Mefistófeles insano.

Procurava-me alhures, como o vento,

De procedência externa, d'um minuano,

E renunciava, pois, ao que é mundano,

Como não sendo eu mesmo o desalento.

E julgava estar fora o que é de dentro,

Cumprindo a missão cega das tragédias

Que fazem do negado o vil destino.

Até que, olhando espelhos, vi, no centro...

Dos meus dramas e das minhas comédias,

Reunidos, os meus passos clandestinos.