Soneto I - Oh, alma minha triste e fiel
Oh, alma minha triste e fiel
que pousas neste peito amargurado.
És qual o passarinho engaiolado
que crê que está voando em pleno céu
Só tu sabes como arde o humano véu
e o coração desfeito e quebrantado
neste doce inferno delicado
onde vive e reina sempre o amor cruel
Oh, alma minha a ti peço perdão
pelo dia e pela hora tão bendita
em que vi aquela santa formosura.
Pois ao vê-la logo abri meu coração
e abrindo-lhe uma álea infinita
te traí só pra morrer de glória pura.