Soneto II - Os doces anjos voam, contemplando

Os doces anjos voam, contemplando

E lá no alto, creio, ficam rindo

Ao ver meu coração ao Céu subindo

As nuvens e as estrelas transpassando,

E um ao outro, então, vai perguntando

o por quê ele 'stá assim se consumindo

num eterno fogo vivo e infindo

que o próprio Inferno faz ir se abrasando.

O jovem deus do Amor que repousava

ouvindo-lhes falar lhes respondeu

mostrando entre os lábios um sorriso:

Um dia, quando, alheio caminhava

Viu u'a dama tão formosa, que esqueceu

que tinha dono, lar, paz, calma e juízo.

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 22/07/2018
Reeditado em 22/07/2018
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