Poema desfigurado

Fiz um poema desfigurado

Que a todos surpreendeu

Como um sonho inacabado

Deformado como o próprio eu

Displicente como um fariseu

Perambulando, desengonçado

Descrente como qualquer ateu

Orando aos Céus, ajoelhado

Não é culpa das estrelas, creiam-me

Da inspiração ou coisa assim

Mas apenas o silêncio e o som

Mesmo se não digo nada, ouçam-me

Escutem, pois não falo de mim

E esse poema ruim, até parece bom

João Barros
Enviado por João Barros em 23/07/2018
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