Soneto IV - Quando a doce mi'a amada vai passando
Quando a doce mi'a amada vai passando
Pelos campos esmaltados de mil flores
O mundo arrebatado já d'amores
Vendo-a vai-se logo enamorando
E no céu, anjos puros se inclinando
Vão com um bálsamo suave de odores
O ar, já influído de dulçores
De rosas e tulipas perfumando.
Quando ela fala, a noite aclara
E o vento já não quer mais suspirar
Pois ouvindo-a adormece em santa paz
E quando ela sorri o tempo pára
E o mundo também pára de girar
Tamanha é a doçura que ela traz.