Soneto VI - Quando o último suspiro se exalar

Quando o último suspiro se exalar

Dos lábios meus beijados pela Morte

E a alma fraca já do humano porte

P'ra todo sempre, enfim, se separar.

E juntos se puserem a prantear

Aqueles que eu amei por minha sorte,

Pedindo em vão ao Tempo injusto e forte

Que eu outra vez pudesse suscitar.

E o Céu e as nuvens piedosas

chorarem, tristemente, em todo o canto

Por ordem do seu santo e justo Amo.

O sangue meu das flechas amorosas

Se juntará à chuva e ao fino pranto

E escreverá no chão: eu te amo!

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 23/07/2018
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