Soneto VI - Quando o último suspiro se exalar
Quando o último suspiro se exalar
Dos lábios meus beijados pela Morte
E a alma fraca já do humano porte
P'ra todo sempre, enfim, se separar.
E juntos se puserem a prantear
Aqueles que eu amei por minha sorte,
Pedindo em vão ao Tempo injusto e forte
Que eu outra vez pudesse suscitar.
E o Céu e as nuvens piedosas
chorarem, tristemente, em todo o canto
Por ordem do seu santo e justo Amo.
O sangue meu das flechas amorosas
Se juntará à chuva e ao fino pranto
E escreverá no chão: eu te amo!