Soneto VII - Quando atinge pela vista ao ser profundo
Quando atinge pela vista ao ser profundo
A luz eterna e viva da paixão
A alma sai do humilde coração
E deixa o corpo imóvel num segundo.
E de um milagre nasce o segundo
Que vendo o Amor tão doce rendição
Despreza o trono etéreo em compaixão
Pra encarnar no peito inda mais fundo.
Descendo sobre em mi', então, suavemente
Arrebata sentido por sentido
Até estar sozinho a contemplar-te
E tomando os lábios meus, divinamente,
Derrama um suspiro enfraquecido
Que fica a lindos anjos comparar-te.