Soneto VIII - P'ra contemplar p'ra sempre um raio esquivo

P'ra contemplar pra sempre um raio esquivo

Chamou-me uma noite doce e amena

O Amor que os pés e ombros de asa empena

Pra voar ao Céu terceiro ainda vivo

Dizendo-me: vês tu este anjo vivo

Que enche de miséria à grande Atena

E a Lua e o Sol de inveja plena

E cada estrela à luz do céu altivo.

Por esta criatura soberana

Convém que gastes anos suspirando

Ardendo em mil centelhas de ardor

Por ela passarás a vida amando

Numa paixão profunda e desumana

Até que morra enfim de tanto amor.

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 24/07/2018
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