Soneto

Você não é feliz porque espera

E esperar é não ter ou sentir

É conviver com assombrosa fera

Te corroendo o ser, o existir

Quem espera nunca está presente

Vive apenas onde o desejo impera

Distante de si mesmo, inconsciente

De que a felicidade não espera

Você não é feliz porque não vive

O presente como um presente

Prisioneiro que se julga livre

Sem que a realidade enfrente

Amargurado, sonha e revive

Fugindo da vida, displicentemente

João Barros
Enviado por João Barros em 25/07/2018
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