Soneto XI - Oh, arqueiro cuja seta nunca falha

Oh, arqueiro cuja seta nunca falha

Em acertar-me o peito frágil e esquivo

Quantos dias já passados eu revivo

Buscando da tua graça uma migalha!

Depois que tu ergueste uma muralha

Entre mim e aquel'anjo belo e vivo

a vida é um bem do qual me privo

E o leito um duro campo de batalha.

Oh Destino, dono da saudade

Deixas a lembrança e deste ensejo

Transformas minha paz em dor e ânsia!

Oh Amor, por quê tanta crueldade?

Se por um lado nos aumentas o desejo

Pelo outro não encurtas a distância.

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 25/07/2018
Código do texto: T6400040
Classificação de conteúdo: seguro