Soneto XI - Oh, arqueiro cuja seta nunca falha
Oh, arqueiro cuja seta nunca falha
Em acertar-me o peito frágil e esquivo
Quantos dias já passados eu revivo
Buscando da tua graça uma migalha!
Depois que tu ergueste uma muralha
Entre mim e aquel'anjo belo e vivo
a vida é um bem do qual me privo
E o leito um duro campo de batalha.
Oh Destino, dono da saudade
Deixas a lembrança e deste ensejo
Transformas minha paz em dor e ânsia!
Oh Amor, por quê tanta crueldade?
Se por um lado nos aumentas o desejo
Pelo outro não encurtas a distância.