Soneto XII - Basta a mais suave e simples saudação
Basta a mais suave e simples saudação
A mais sutil palavra da sua boca
O gesto mais discreto, o qual provoca
A minha alma a consumir-se de paixão.
Basta que a conduza a compaixão
A dar de nossos olhos, uma troca,
Que o próprio deus do amor meu lábio invoca
Pra arrebatar aos céus meu coração.
Basta, enfim, o mais breve dos instantes
Em que sua doce e angelica beleza
resplandeça-me em sonho ou pensamento
Que eu vôo sobre os astros cintilantes,
Caminho nas estrelas com leveza
E provo a eternidade em um momento.